Como dói perceber que hoje este ser é completamente estranho a meus olhos; nem seus gestos, nem expressões, nem atitudes, nada aparenta com o que eu conheci, com que o que um dia eu senti falta, com o que um dia me fez bem, com aquele que era sujeito principal de uma amizade incomparável. Você que por muito tempo eu pensei conhecer quase que perfeitamente, você que era tão familiar que a sensação era de ter te conhecido há muito tempo atrás, e a sensação era que teríamos tal afinidade por um tempo indefinido, de tão grande. Quantas decepções a vida nos reserva? Quantos mais serão como você, que sente amor e desamor como se nunca tivessem realmente vivido nada? Eu realmente gostava daquele bom amigo e companheiro que você se fingia ser, mas não deveria sentir saudade... Saudade do que não existiu, é saudade desperdiçada. E saudade é coisa séria, amizade é coisa séria, e “eu te amo” é coisa tão mais séria, que talvez você nunca possa entender o verdadeiro significado de tal frase. E por isso hoje eu digo, antes eu sentia falta do que você foi e desprezo pelo que você é, mas como rejeito qualquer tipo de mentira, hoje eu sinto tamanha indiferença pelos DOIS.
Andréia de Fátima Hoelzle Martins

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