Minha querida Nepopó.

"Quando você estiver triste, nós vamos fazer teatro!
Quando você estiver feliz, nós vamos fazer teatro!
Quando você estiver arrasado, nós vamos fazer teatro!"
Espetáculo Léo + Bia


        Feriado nacional, Corpus Christ, já sabemos o lugar e os sentimentos reservados para essa data. Hora de juntar as malas e energias para o Festival de Teatro de São João Nepomuceno, a quem carinhosamente chamamos de Nepopó. Uma cidade pequena e antiga, de gente humilde e receptiva, cheia de cantos e encantos. O chão do palco, o chão da rua, as construções antigas, os bares e a escola. Nepopó é o cantinho mágico pra quem quer esquecer o mundo lá fora. Aqui não precisa necessariamente da técnica teatral, mas do amor ao teatro!
Eu e os outros pedacinhos de mim, mais conhecidos como ElosQuentes, compartilhamos o amor pela arte e pela cidade. E mesmo sem espaço, sem dinheiro, sem data e horários em comum para ensaiar , superamos os desafios, tudo pelo prazer de  subir no palco, ainda mais quando é o palco do Centro Cultural.
Dessa vez fomos selecionados com a peça Copos e Corpos, um drama que expõe as fraquezas e dores dos Corpos não só pela influência dos Copos. Com um roteiro todo escrito por nós atores, levamos um pouquinho de nós para cada personagem construído. Uma de nossas atrizes, dirigia também uma outra peça, a República de Mulheres, que ao ser selecionada para o festival  gerou uma mistura boa de Copos e Corpos na República de Mulheres.
Minutos antes de entrar no palco:
- Alguém olha se a fila tá grande lá fora?
- Tá enorme!
- Evoé!
O frio na barriga, as batidas de Molier, o improviso, os novos amigos Artesãos, a correria, o nervosismo, as brigas, os beijos e os textos. Ah, se todo mundo soubesse como a vida fica mais linda se vivida assim.
Depois do palco tem sempre muita cerveja, ou qualquer outra bebida mais barata. As confusões, invenções e performances são figurinhas carimbadas do nosso grupo, eita povo barulhento esse meu! Acho que somos amantes da bagunça e do teatro, não necessariamente nessa ordem!
E as lágrimas? Meu Deus como essa gente chora! Ainda mais quando se tem apresentação da peça Léo + Bia de Oswaldo Montegro, e muito bem representada e contada por uns cariocas misturados que a gente conheceu no ano passado, que misturaram nosso coração e a cabeça da platéia.
O único mal do festival é que o feriado dura apenas 4 dias. E o coração aperta no domingo, e nem é porque é dia de premiação. Dá mais é uma vontade doida de desviar o caminho de volta do ônibus, largar a faculdade e ir comer, beber e viver teatro em qualquer outro canto do país.
Mais do que a saudade do festival que passou, fica a ansiedade para o próximo ano, e é claro, os novos amigos, novos planos, sonhos, aprendizados e uma maior certeza de que teatro é coisa muito séria, porque teatro é coisa pra gente que ama e é isso que a gente veio fazer nesse mundo, amar e ser arteiro!
Obrigada mais uma vez Nepopó!
Obrigada a todos os participantes, aos amigos Elosquentes e Artesãos e aos nossos queridos e receptivos organizadores do festival!
Salve a arte, o teatro!
Salve Nepopó!
Evoé!
E até ano que vem!

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