Doença de Amor
Quinta Feira, 10 horas da manhã, quem diria! Acreditem vocês, ou não... fui ao médico por sofrer de amor, e diante daquela situação, mais parecia é que eu sofria da cabeça e não do coração! O doutor tentou ser meu amigo, falou, consolou, fingiu entender, mas não curou!
- É só anoitecer dr, começo a reviver tudo que fomos, vem sem pedir licença, e machuca tanto que me tira do sério! É que o amor veio, mas sem querer eu deixei passar! Aí ficou só a saudade, a parte ruim, e o desespero ta virando doença!
- É minha amiga, dizia o Doutor. Amor a gente não desperdiça... e a sua dor chama saudade, saudade do amor que agora já é desamor, e agora que passou, não volta. O jeito melhor é se esquecer dessa dor.
- Mas o que eu faço agora? Se o tempo passa, a gente muda, o cabelo cresce, fica curto e grande de novo, e ainda tenho esse amor. Amor chato, insistente, implicante! Mas especial demais! Fico sempre entre o não e o talvez, entre lutar agora e deixar pra depois, e nesse avesso sempre contrário ao que era pra ser feito eu me perco, e vou ficando com apenas minha metade do amor. E isso dói.. Foi ciúmes, foi medo de sofrer, foi orgulho, foi ter certeza demais que o teria só pra mim, e pra sempre! Como prometido...
- Que besteira ter se deixado levar por ciúmes! Ciúme é filho de coisa ruim, e como tal em excesso faz mal, e foi só por ciúme! E agora vai ter ciúme de quem? De sua única companhia chamada solidão?
- Eu até tive a chance de tentar, mas deixei passar! Porque eu não tive coragem de assumir, era só dizer, “tá, eu amo você!”, e pronto! Não... mas me era muito custoso dizer, eu queria que o mundo viesse ao meus pés, sendo que meus passos nunca foram lá dos mais certos pra que ele tivesse coragem enfim de vir até a mim e sair do lugar. Ah mas deve de haver, deve de existir remédio pra arrependimento! Quantos como eu não passaram e passam por tal sentimento???
- É uma doença que não cura minha filha, no máximo atrofia, não cessa.
- Ah mas se eu tivesse feito, se eu tivesse dito, se eu tivesse... sempre o se!
- Porque esse amor barato nunca soube se livrar do se? Se tu falas tanto por que não usaste tanta saliva pra falar o que devia? Se entrega logo à essa situação, se livra do não, do talvez, assuma que sim!
- Não Doutor, mas eu não posso!
Não adiantava o doutor dizer, nada ia mudar.
Não havia remédio.
O tempo enguliu qualquer comprimido que ainda pudesse reverter esse quadro.
- É tarde demais... tarde pra remediar.
Como alguém que se acostumou com a doença que tem, terei de me adaptar a essa doença de amor, amor desperdiçado, amor jogado fora, ex-amor...
- Que merda de amor mal feito esse meu!
E assim saía eu, ainda mais doente da consulta...
Andréia de Fátima Hoelzle Martins
- É só anoitecer dr, começo a reviver tudo que fomos, vem sem pedir licença, e machuca tanto que me tira do sério! É que o amor veio, mas sem querer eu deixei passar! Aí ficou só a saudade, a parte ruim, e o desespero ta virando doença!
- É minha amiga, dizia o Doutor. Amor a gente não desperdiça... e a sua dor chama saudade, saudade do amor que agora já é desamor, e agora que passou, não volta. O jeito melhor é se esquecer dessa dor.
- Mas o que eu faço agora? Se o tempo passa, a gente muda, o cabelo cresce, fica curto e grande de novo, e ainda tenho esse amor. Amor chato, insistente, implicante! Mas especial demais! Fico sempre entre o não e o talvez, entre lutar agora e deixar pra depois, e nesse avesso sempre contrário ao que era pra ser feito eu me perco, e vou ficando com apenas minha metade do amor. E isso dói.. Foi ciúmes, foi medo de sofrer, foi orgulho, foi ter certeza demais que o teria só pra mim, e pra sempre! Como prometido...
- Que besteira ter se deixado levar por ciúmes! Ciúme é filho de coisa ruim, e como tal em excesso faz mal, e foi só por ciúme! E agora vai ter ciúme de quem? De sua única companhia chamada solidão?
- Eu até tive a chance de tentar, mas deixei passar! Porque eu não tive coragem de assumir, era só dizer, “tá, eu amo você!”, e pronto! Não... mas me era muito custoso dizer, eu queria que o mundo viesse ao meus pés, sendo que meus passos nunca foram lá dos mais certos pra que ele tivesse coragem enfim de vir até a mim e sair do lugar. Ah mas deve de haver, deve de existir remédio pra arrependimento! Quantos como eu não passaram e passam por tal sentimento???
- É uma doença que não cura minha filha, no máximo atrofia, não cessa.
- Ah mas se eu tivesse feito, se eu tivesse dito, se eu tivesse... sempre o se!
- Porque esse amor barato nunca soube se livrar do se? Se tu falas tanto por que não usaste tanta saliva pra falar o que devia? Se entrega logo à essa situação, se livra do não, do talvez, assuma que sim!
- Não Doutor, mas eu não posso!
Não adiantava o doutor dizer, nada ia mudar.
Não havia remédio.
O tempo enguliu qualquer comprimido que ainda pudesse reverter esse quadro.
- É tarde demais... tarde pra remediar.
Como alguém que se acostumou com a doença que tem, terei de me adaptar a essa doença de amor, amor desperdiçado, amor jogado fora, ex-amor...
- Que merda de amor mal feito esse meu!
E assim saía eu, ainda mais doente da consulta...
Andréia de Fátima Hoelzle Martins
que massa o texto! Eu acho incrível os varios tipos de produções que conseguimos fazer encima de um único tema. E a idéia de comparar o amor á uma doença é uma coisa que eu já tinha pensado antes, depois eu termino a minha versão e te mostro :D Ah e outra coisa, adorei o nome novo do Blog! :)
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